Podemos não ter certeza se iremos casar, ter filhos, abrir um negócio ou fazer fortuna, mas uma coisa é certa: morreremos. A morte pode chegar hoje ou daqui a sessenta anos. Dela ninguém escapa. Todos a experimentarão, mais cedo ou mais tarde.
O filósofo Michel de Montaigne disse, com razão, que “quem ensinasse os homens a morrer os ensinaria a viver”. Em refletindo sobre a morte, refletimos sobre a vida. Somente com uma clara e constante consciência da nossa condição de mortais, finitos, contingentes, vulneráveis é que podemos viver intensamente e apreciar realmente a vida. Não desperdiçando o pouco tempo de que dispomos, porque cada instante é irrecuperável; e revendo as prioridades e valores de nossa existência como o acúmulo de posses e cuidados cotidianos, dos quais freqüentemente somos escravos.
O nosso último inimigo é a morte. Por duas razões principais: (1) A morte é última provação que teremos que enfrentar; (2) Na morte encerram-se todas as oportunidades de salvação.
A morte pode vir de maneira súbita (rápida) ou lentamente (agonizante), de causa natural (esperada: velhice, doenças terminais ou degeneração) ou violenta (pela força: homicídios, suicídios e acidentes). Graças a Deus, pessoas que estiveram próximas à morte relataram experiências que continham elementos comuns: sensação de paz e tranqüilidade, alívio de tensão e ausência de dor.
Na parábola do Rico Insensato (Lc 12.16-19), Jesus nos ensina uma importante lição: é loucura viver sem pensar no dia da nossa morte. A Bíblia afirma de somos mortais (Jó 30.23; Rm 8.11; Tg 4.140), mas o dom da imortalidade está ao nosso alcance em Cristo Jesus (2Tm 1.10;1Co 15.22,54; Jo 3.16).
Jesus também passou pela experiência do morrer e da morte. Jesus é nosso modelo e exemplo em tudo, inclusive na morte. Tanto em seu luto (morte de familiares e amigos), quanto sua agonia (sua própria morte) ainda jovem aos 33 anos de idade (Jo 19.33). Jesus passou pela segunda morte, que é a morte do juízo, para que não a experimentássemos. Mas a primeira morte será uma experiência só minha, só sua.
O saudoso Ayrton Senna, piloto brasileiro de Fórmula 1, disse em 1991, durante uma entrevista: “Eu sou feliz! Serei plenamente feliz, talvez, se chegar com sabedoria aos 60 anos. De qualquer forma, ainda tenho muita vida pela frente”. Que lástima! Ayrton Senna faleceu três anos depois, em 1º de maio de 1994, aos 34 anos, num terrível e inesperado acidente automobilístico.
Amigo empresário, a morte não é privilégio ou desgraça particular de ninguém. Ela sobrevém a todos, sem exceção. Então, diante da certeza da brevidade da vida, por que não rever seus valores, conceitos e prioridades?