
A idolatria não se trata apenas do culto a imagens ou coisas. Ídolo é tudo aquilo em que depositamos grande confiança. Segundo Roosevelt Silveira (2009): “É possível idolatrar-se um emprego [...], o que faz com que Deus perca a primazia.”1 A isso podemos chamar de EMPREGOLATRIA, ou seja, o culto ao emprego.
Se o trabalhador deposita sua segurança e estabilidade no seu "patrão" ou na "estabilidade do seu emprego", é idolatria. Quando depositamos toda a nossa confiança numa “carteira assinada” ou num “concurso público”, que em essência são bons vínculos de trabalho, eles passam a rivalizar com Deus, nos tornamos idólatras (Mt 6.24; Fp 3.19; Rm 16.18). O “emprego estável” pode ser corretamente visto como uma espécie de "idolatria dominante na cidade" (Atos 17.16).
Quando não se busca estabilidade, segurança e proteção diretamente em Deus o resultado é a escravidão (Ex 20.2,3). Quando se concede um lugar de supremacia a algo ou alguém o fim é o desapontamento e a dor (Jr 17.5).
Deus é o único que pode sustentar os seres humanos (Hb 1.3) “... pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, ...” (At 17.28; cf. Sl 36.6; 147.9). Somente em Deus há estabilidade (Ml 3.6) e segurança (Pv 3.26). É de Deus que vem a provisão (Gn 22.14), o socorro (Sl 46.1) e o sucesso (Ne 2.20). Deus é o único que realmente pode dar ao trabalhador a segurança de que precisa.
Em várias passagens do Evangelho, Jesus critica a excessiva solicitude para com as coisas temporais (Mt 6.25), em particular com o trabalho, dando, com a sua divina autoridade, a segurança de que se os trabalhadores buscarem a Deus em primeiro lugar “tudo” lhes será dado por acréscimo (Mt 6.33).
1. Roosevelt Silveira. Idolatria. http://www.cacp.org.br/catolicismo/artigo.aspx?lng=PT-BR&article=118&menu=2& submenu=9. Capturado em: 01/04/2009.