
Existe no meio cristão uma confusão a respeito do termo “Reino de Deus”. Esta é uma das razões pelas quais a igreja resiste a aceitar “a noção de que o povo de Deus no ambiente de trabalho é na verdade uma forma legítima da igreja” (Peter Wagner).
Reino de Deus e igreja não é a mesma coisa. O Reino de Deus não está restrito às paredes de uma igreja local. Ele é mais amplo que isso e abrange todo ambiente onde Deus é honrado e glorificado. O que pode incluir e até excluir muitas congregações religiosas.
Segundo Peter Wagner (2007), o Reino de Deus é algo real, tangível, existe aqui na terra neste exato momento e pode ser encontrado. Assim ele o descreve:
“[...] o Reino de Deus não é simplesmente uma metáfora ou uma figura de linguagem; ele é tangível. Não é algo que estejamos esperando. Ele existe aqui na terra neste exato momento. O reino de Deus deve ser encontrado onde quer que haja indivíduos exaltando Jesus Cristo como seu Rei. Eles reconhecem que Jesus é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores, e que toda a lealdade e obediência lhes são devidas. [...] O desejo de Deus é que os valores, as bênçãos e a prosperidade do Reino de Deus permeiem todas as áreas da sociedade. Esse era o aspecto mais importante que Jesus tinha em mente quando esteve na terra.“1
“Porque Reino de Deus está dentro de vós” (Lc 17.21), disse Jesus. A vontade de Deus é que Seu Reino seja tão extenso quanto o tamanho do planeta Terra. Mas isso só será possível quando os cristãos se responsabilizarem por levá-lo onde quer que vivam, trabalhem e congreguem.
Precisamos renovar a nossa mente e não mais pensar no mercado de trabalho como algo que se opõe à espiritualidade. Um grande avivamento acontecerá quando derrubarmos os muros que existem entre Religião e Trabalho.
Sendo assim, entendemos que o objetivo maior da missão da Igreja é a implantação do Reino de Deus na Terra. Uma transformação espiritual e social que ocorre a partir do momento em que não desassociamos a prática religiosa, isto é, a fé, da responsabilidade social.
O Reino de Deus e seus novos valores devem ser manifestos em todos os tipos de relacionamentos humanos, inclusive no profissional. Por causa do seu forte senso de missão, Jesus lutou e morreu na cruz. Ele instruiu os seus seguidores a continuarem a Sua obra de proclamação do Reino (Jo 20.21s).
1. Peter Wagner. Os cristãos no ambiente de trabalho. São Paulo: Editora vida, 2007, p.15.