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"E, tudo quando fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens..." (Cl 3.23).

O paradigma religioso do “trabalho como um mal necessário” parte do pensamento de que o mundo é inimigo da religião.1 Essa crença, segundo o apóstolo Paulo, é um erro. Porque "tudo" o que fazemos (incluindo o Trabalho), fazemos "como ao Senhor".

O Dualismo Grego
Foi Platão (427 - 347 a.C), sem dúvida, o filósofo grego que mais influenciou a civilização ocidental com o pensamento que chamamos de dualismo, isto é, que o mundo está dividido em duas esferas: uma superior (espiritual) e outra inferior (material). Segundo Platão, o trabalho e as ocupações profissionais estariam localizados na esfera inferior: quanto mais espiritual você for, menos ligado à matéria será. Essa filosofia, concebida milhares de anos antes de Cristo por povos gentios, aperfeiçoada pelos gregos, adotada e promovida pelos monges católicos por toda a Idade Média, contaminou o protestantismo. A idéia de que Religião e Trabalho não se misturam persiste até hoje na igreja de Cristo. Essa é a razão pela qual muitos pastores, até hoje, fazem equivocada separação entre Religião e Trabalho.

A Unidade Hebraica
A visão hebraica (Bíblia) de compreender a vida é bem diferente da grega (Platão). Para os hebreus, o reino espiritual e o reino natural formam um só nível: o Reino de Deus. A vida espiritual e material dos hebreus era inseparável. Conquistas espirituais refletiam em conquistas materiais. Quando iam bem espiritualmente, venciam guerras, faziam grandes colheitas, conquistavam territórios, tinham abundância de tudo. Quando se afastavam de Deus, eram derrotados nas batalhas, perdiam colheitas, enfrentavam secas e pestes e até, escravidão e morte. Enquanto Platão considerava o trabalho algo separado do reino espiritual e inferior a ele, os hebreus consideravam o reino espiritual e o reino natural (incluindo o trabalho) como uma única entidade sob a mão de Deus.

O pensamento monástico de que “a igreja é boa e o mundo é mau” emerge do paradigma grego. Na perspectiva cristã, assim como na hebraica, o nosso trabalho, realizado de segunda a sexta-feira, é uma forma de ministério tão sagrado quanto às atividades realizadas na igreja aos sábados e domingos.

A igreja de Cristo precisa entender que existe apenas uma realidade para os cristãos, e ela é a do Reino de Deus. Precisa atuar no seu ambiente de trabalho com “como ao Senhor” (Cl 3.23).


1. Paradigma (do grego Parádeigma): modelo, padrão a ser seguido. Uma forma de pensar um aspecto da realidade. Uma maneira de entender, de perceber, de agir, a respeito do mundo. Duas pessoas podem chegar a conclusões diferentes sobre um mesmo fato, pela simples razão de possuírem paradigmas diferentes.

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