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A Quimera do Emprego

Postado por Roberto Marques,

Os pais não querem o bem dos seus filhos? Querem. Então, por que os aconselham a serem empregados? Por que os doutrinam a serem tutelados de alguém? Por que, os obrigam a um destino de vergonha e infelicidade?

Milhões de seres humanos vivem e morrem sem nunca saber o que vieram fazer no mundo. Envelhecem pobres e doentes, sonhando com uma aposentadoria que, longe de ser libertadora, mal vai dar para comer.

Muitos historiadores acreditam que o emprego é “apenas uma leve adaptação do sistema de escravagismo”. Essa práticas são consideradas naturais porque se não fossem elas, como seriam erguidos os grandes impérios e quem serviria neles? O trabalho escravo no passado, assim como o emprego hoje, é vantajoso para as elites e sempre contou com a aprovação das religiões. Pessoas que se dizem religiosas, ainda hoje, não vêm nada de mais em explorar o trabalho alheio.

A instituição da mão de obra barata e descartável, só não beneficia os empregados. Eles são explorados ao limite para que o Sistema não entre em colápso. Quem faria os serviços? Portanto, convém à sociedade, mediante uma verdadeira lavagem cerebral sistemática, propagar que o ideal de vida para os mais pobres é ter uma “carteira assinada”, que a melhor opção é ser empregado. A elite só não explica por que não deseja o mesmo para os seus filhos...

Para a intituição militar, os soldados do exército são enviados à frente de batalha para serem sacrificados pelo bem da pátria. Na instituição do emprego não é diferente. Os empregados comprometem a saúde, ganham mal, são humilhados e não têm estabilidade, já que podem ser demitidos a qualquer momento. E o serão, impiedosamente. Todo empregado já esteve desempregado e sabe que o estará outras vezes.

“Assim, mandamos nossos filhos para o sacrifício do emprego, um verdadeiro holocausto, achando que é para o bem deles. Não é. É para o bem da sociedade, que se nutre das vidas dilaceradas de tantos jovens que são obrigados a humilhar-se por um salário ofensivo, em um emprego sem segurança. Mas, se não tem segurança, por que nossos pais aplicam o chavão ‘a segurança de um emprego’? [...]
Acontece que toda a sociedade está estruturada para produzir um contingente humano que constitua força de trabalho. Por isso, desde pequenos sempre escutamos: ‘Você tem que estudar para conseguir um bom emprego.’ Tudo gira em torno disso. Emprego para o homem e casamento para a mulher. Até parece que estamos escrevendo no início do século passado! No entanto, as coisas continuam assim.” (De Rose, 2009).1

1. De Rose, Luiz Sérgio Alvares. O paradigma do emprego. Disponível em: <http://www.uni-yoga.org/blogdoderose/2009/06/09/o-paradigma-do-emprego/> Capturado em: 17/09/2009. De Rose (1944- ) é um reconhecido educador, escritor e mestre de yoga. Não sou seu seguidor, mas o artigo “o Paradigma do Emprego” é uma pérola. Este texto é baseado nesse maravilhoso artigo.

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