O que é supérfluo para uma pessoa é necessidade para outra, e vice e versa. Um grande empresário, por exemplo, que tem sob sua responsabilidade centenas de empregados, necessariamente precisará de uma grande quantia de dinheiro para fazer frente à produção, aos impostos e, principalmente, aos salários dos trabalhadores.
Quando Jesus nos ensinou a pedir ao Pai pelo “pão nosso de cada dia” (Mt 6.9, 11), Ele não tinha em mente somente os mais pobres, mas também os mais ricos. É desejo de Jesus que os ricos deste mundo também busquem o Pai para o suprimento de suas necessidades diárias, mesmo que esta seja de milhares de Reais. Afinal, sob sua responsabilidade está a provisão de muitos de Seus filhos amados.
Neste ponto precisamos concordar com teólogo Francisco Fernández-Carvajal (2008) quando ele diz que “O trabalho [...] é a forma como [o homem] colabora com a Providência divina sobre o mundo.”1 O empresário é um colaborador de Deus no sustento de Seus filhos na Terra.
Não podemos nos iludir, os pobres não estão administrando as cidades, as empresas e as instituições. Os pobres não estão gerando influência e nem empregos. Na Parábola das Dez Minas (Lc 19.11-27) o homem rico (Deus) dá uma mina (cerca de 5 mil dólares) a cada um de seus dez servos e faz uma viagem. Quando retorna, um desses servos relata que uma mina rendera dez outras. O mestre diz: “’Muito bem, servo bom; porque foste fiel no pouco, terás autoridade sobre dez cidades’”. Do servo que manteve a mesma mina foi dito “’Tirai-lhe amina e dai-a ao que tem as dez’”.
Melhor para o Reino de Deus se os cristãos estivessem ocupando todas as posições de liderança no mundo (Dt 28.13). Mas, infelizmente, não é o que acontece atualmente.
1. http://www.pastoralis.com.br/pastoralis/html/modules/smartsection/item.php?itemid=116